segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Professor Ferreirinha é destaque no Globo Esporte


A humilde comunidade baiana de Flamengo, em Jaguarari, a 409 km de Salvador, se transformou em um lugar de superação e persistência. Sem o apoio de ninguém, Antônio Ferreira, mais conhecido como Ferreirinha, driblou as dificuldades e criou, em 2006, um projeto social voltado para o atletismo, modalidade que era pouco conhecida na região. O professor de educação física ainda não tem uma formação na área, mas é o principal incentivador das mais de 100 crianças que participam da iniciativa. Os jovens representam a Escola de Produção na etapa nacional das Olimpíadas Escolares, de 12 a 14 anos, em Poços de Caldas (MG).
- O atletismo foi a maior aposta da minha vida. A nossa comunidade ficou conhecida pelo atletismo, e não pelo futebol. Comecei só com a minha filha e hoje temos mais de 100 crianças e adolescentes, de oito a 17 anos, mas o espaço é para todo mundo, quem quiser participar, será bem-vindo.
Pista de terra batida, pedras, buracos e muito mato no caminho. Aos poucos, Ferreirinha foi garimpando talentos na comunidade e fazendo o sonho das crianças se tornarem realidade. Sem um lugar adequado para os treinamentos, ele limpou um terreno baldio e o transformou em uma pista improvisada. O objetivo de Ferreirinha é construir uma escola nova para os alunos-atletas. E o esporte é foi o instrumento escolhido para despertar a atenção de políticos e do governo. Os jovens já são motivo de orgulho da comunidade do interior da Bahia.
Nosso maior sonho é ganhar visibilidadeAlém de Náviny, Ferreirinha tem dois filhos biológicos e outros dois adotados. Ele tem planos de reformar a sua casa para adotar mais uma aluna do projeto, a pequena Railane, de 12. Foi ela quem pediu para morar com o professor, pois morava longe da pista de atletismo e queria treinar antes e depois de ir ao colégio.
- Tenho cinco irmãos e todos fazem parte da escolinha. Estou animada para ir morar com o Ferreirinha, ele é como um pai – disse a menina. através do esporte para que tenhamos um colégio novo”
Antônio Ferreira
- Moramos em uma comunidade sofrida, mas não tratamos de dificuldades no nosso projeto. Lá, é o lugar para eles se divertirem. O nosso maior sonho é ganhar visibilidade através do esporte para que tenhamos um colégio novo. A nossa escola é improvisada, e funciona em três casas alugadas, com salas pequenas e pouco arejadas, sem sala de informática ou biblioteca – comentou o idealizador, que espera descobrir um talento para os Jogos do Rio, em 2016.
A maior revelação do projeto é a filha do treinador e a primeira a corredora de Flamengo. Náviny, de 13 anos, foi a única dos 12 jovens do grupo a se classificar para uma final no atletismo. Com o oitavo melhor tempo, ela se garantiu para a decisão dos 1.000m, que será disputada neste sábado, às 16h15m, na Pista Municipal de Poços de Caldas.
- É difícil ganhar uma medalha, mas temos sempre que confiar em nós mesmos. A minha família me apoia muito, o atletismo é a minha vida. Se não fosse pelo esporte, eu não teria essa felicidade e toda essa saúde. Quando eu comecei a treinar, aos cinco anos, ficava sem forças no fim do dia e voltava na cacunda do pai. Hoje, eu já estou acostumada. Meu sonho é ser uma grande atleta – contou a menina de 13 anos.

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