A imprensa brasileira cumpre neste momento um dos mais deploráveis papéis de sua história. Envolvida na estratégia de derrubar o governo e trazer o PSDB de volta ao Palácio do Planalto, os principais veículos de comunicação do Brasil não se envergonham de superestimar os malfeitos do PT e esconder as mazelas dos tucanos.
O mais recente caso se dá em torno das delações do doleiro Alberto Youssef e do empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC. Os dois denunciaram três importantes senadores do PSDB de participarem de esquemas de propina e caixa dois eleitoral. Mas o Ministério Público e a Justiça têm tratado as denúncias de forma tangente e a imprensa simplesmente ignorado. É um tratamento bem diferente do dado ao PT.
Alberto Youssef disse claramente que propinas da estatal Furnas eram repassadas via o ex-deputado José Janene (PP-PR) a Aécio Neves (PSDB-MG), candidato derrotado em 2014 à Presidência da República, no escândalo abafado chamado de Lista de Furnas. Ele reafirmou na CPI da Petrobras o que já havia dito ao Juiz Sérgio Moro e aos Procuradores da República da Lava Jato. Estes, por sua vez, trataram de enterrar o assunto, com a ajuda da grande imprensa.
O mesmo Youssef também delatou que lavou dinheiro desviado da prefeitura de Maringá para bancar a campanha a senador de Alvaro Dias (PSDB-PR). Além de repassar dinheiro, ele teria pago um avião que serviu a Dias, um dos mais raivosos tucanos na denúncia da corrupção praticada pelo PT. Sérgio Moro e o MPF novamente não se interessou. Nem a mídia divulgou a denúncia.
Por fim, o empresário Ricardo Pessoa delatou que deu R$ 500 mil ao então candidato a senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP, sendo R$ 200 mil via caixa 2. Porém, a imprensa só fez festa com as denúncias de Pessoa contra petistas.
Depois que todo este caso terminar e se o PSDB voltar ao poder, os donos da mídia poderão indicar vários ministros num possível governo tucano. Vai ter serviços prestados para exigir isso.
Fonte : bahiatododia.com.br
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